segunda-feira, novembro 10

A bíblia por trás das câmeras - Parte 2: A Necessidade

Os primeiros cristãos professavam sua fé sem bíblia, pois ela não existia - coisa que só foi acontecer a partir da metade do século II, de pouco em pouco. Acredita-se que no início, a base normativa de referimento era a convicção de poder "acessar" à vontade divina através de revelações, experiências estáticas, visões. Quem recebia diretamente de Deus uma revelação retinha uma autoridade incontestável. E assim nasceram diversos grupos, conflitos entre "profetas" e seus seguidores e a igreja cristã primitiva estava virando uma bagunça. (alguma relação com o que está acontecendo hoje?).

Com o passar do tempo, um excessivo apelo às "revelações", verdadeiras ou não que

fossem, ou
mesmo a tradições esotéricas, arriscava de transformar incerta e contraditória a experiência dos vários grupos de seguidores; arriscando consequentemente a ingovernabilidade da Igreja e assim se pode entender a necessidade de existir critérios mais verificáveis: uma autoridade escrita.

Trecho retirado do livro Inchiesta Su Gesù - Corrado Augias e Mauro Pesce
continua na parte 3: O momento da compilação...

6 reflexões:

Anônimo disse...

Na verdade os primeiros grupos cristãos se guiavam pelos ensinamentos , primeiro dos discipulos de cristo que passavam os ensinamentos oralmente, e depois as gerações futuras foram seguindo esta tradição oral, os mais antigos que haviam convivido com os mais antigos que eles em uma sequencia logica.
ocorre que ja nos primeiros tempos começaram a haver divergências como por exemplo entre são Paulo e são Pedro e isto levou à necessidade de se normatizar e escrever os evangelhos.

L.P.Faustini disse...

Salve,

Sim, é verdade. Porém isto não prevaleceu em 100% das comunidades cristãs antigas, levando-os à discórdia e um dos motivos de tal confusão foi o que eu citei neste tópico.
Era lógico que confiar somente na tradição oral, partindo de judeus e gentios, só podia dar em conflito de interesses.

Obrigado pelo comentário, seja bem-vindo

Teologia em Foco disse...

Gostaria de após ter lido sobre a bíblia por trás das câmeras- parte 1 e parte 2, fazer o seguinte comentário: Percebo em suas palavras que apesar de o amigo possuir algum conhecimento teológico,há em você um tremendo vazio espiritual o qual você tenta preencher com críticas contra os evangélicos e seus princípios cristãos.É muito provável que o amigo nunca experimentou o novo nascimento por isto apenas o homem natural egoísta e vazio fala,tentando de todas as maneiras expor argumentos céticos e infundáveis.

L.P.Faustini disse...

Caro Odonto,

Não tenho nada contra evangélicos. O intuito do meu blog é denunciar as lendas que se formam entre eles (e também católicos) e, assim, fazer transparecer a situação em que nosso cristianismo se encontra hoje. Meus textos possuem conotação crítica e eu ataco tanto um lado quanto o outro (veja minha crítica a santos e à luz vermelha na igreja, por exemplo). Faço isso não por me considerar certo, mas porque existem verdades pregadas hoje que devem ser desmistificadas o mais rápido possível e superstições que de nada valem para o verdadeiro cristão.

Servo disse...

LP faustino.
Eu gostei bastante de seu poster.
Aprendi com eles.
Li sobre Lutero e concordo com vc sobre a divergência .. Mas a causa dele ter tido esse separação e diminuição dos livros não seria por ele conhecer bem o que estaria por trás dos bastidores na época?
E se negar a viver as mentiras das do comercio de indulgencias impostas pela igreja de Roma?
Sendo ele um fiel monge Agostiniano.?

L.P.Faustini disse...

Servo, tudo bem? A paz!

Lutero não tinha intenção de romper com a Igreja Católica, mas de reformá-la. A ICAR passava por um momento negro de sua história e precisava de um "tapa na cara". Os apócrifos sempre foram motivo de polêmica, alguns queriam tirar, outros não. Eu acredito que "tirar um livro da bíblia" foi a maior forma de poder que Lutero mostrou ao romper com a Igreja. Foi como dizer: "eu posso, e vocês não têm mais nenhum poder sobre minha decisão".